segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA, UMA PESSOA

DIVINA, UMA DAS PESSOAS DA TRINDADE
Por Pastor Elcy França

O Espírito Santo como personalidade - É tal a clareza dos ensinamentos bíblicos quanto à personalidade do Espírito Santo, que podem parecer até dispensáveis quaisquer argumentos a respeito. Há muitos, porém, que de Bíblia na mão, procuram negar este fato. Há também cristãos que ainda não se detiveram para pensar nesta verdade e nas suas implicações para a vida cristã. Há cristãos, que se julgam ortodoxos, para quem o Espírito Santo, em vez de ser 'alguém', é 'alguma coisa'. Nosso propósito é demonstrar, pelas Escrituras, que o Espírito Santo não é uma influência que emana de Deus, não é mera coisa que desce sobre nós e que nos enche mecanicamente.

'Há grande diferença entre a idéia de que o Espírito Santo é uma influência, e a idéia que ele exerce influência sobre nós. Se ele fosse uma influência, a questão se resumiria em sabermos como ficar com ela em nosso poder. O ser humano seria o agente principal, e o Espírito Santo mero instrumento em suas mãos. Por outro lado, se o Espírito Santo é uma pessoa, e uma pessoa divina, ele exerce influência sobre nós; ele é o agente, e nós apenas instrumentos em suas mãos. É esta a idéia da Bíblia' (A. B. Langston - A Doutrina do Espírito Santo).

Afirmamos que o Espírito Santo é uma pessoa. Mas o que é que entendemos por pessoa? Dizemos que uma pessoa é um ser vivo, que conscientemente pensa, quer e age. Isto, porém, não é uma definição. Apenas descreve os poderes da personalidade. Dizer que o Espírito Santo é apenas uma individualidade não é o mesmo que dizer que seja uma pessoa. Uma árvore, pode ser considerada uma individualidade, e não tem personalidade. De igual modo, afirmar que o Espírito Santo é uma energia não significa necessariamente dizer que seja uma pessoa, porque a energia atômica é um tipo de energia, mas não tem personalidade.

Não podemos apreciar a personalidade do Espírito Santo a não ser pelas suas manifestações na nossa experiência e pelo que a Bíblia no-lo revela, porque nós não somos personalidades ideais. No Espírito Santo os poderes pessoais são perfeitos; em nós são limitados. No Espírito Santo funcionam em harmonia; no ser humano estão em conflito. Acontece ainda que nós somos personalidades com corpo, e o Espírito Santo é uma personalidade sem corpo. Nós temos dificuldade para entender uma pessoa à parte de uma forma qualquer.

Vemos como a Bíblia atribui ao Espírito Santo as qualidades e atividades próprias de uma pessoa:
O Espírito Santo ensina: 'O Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer' (Lucas 12:12); guia: 'Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade' (João 16:13); convence: 'E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo' (João 16:8); ouve: 'Dirá o que tiver ouvido' (João 16:13); revela: 'Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará' (João 16:14); fala: 'Estando Pedro ainda a meditar sobre a visão, o Espírito Santo lhe disse: Eis que dois homens te procuram' (Atos 10:19); proíbe: 'Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia' (Atos 16:6,7); chama: 'Disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado' (Atos 13:2);administra: 'O Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus' (Atos 2)28); pode-se pecar contra ele: 'A blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada' (Mateus 12:31); pode ser resistido: 'Vós sempre resistis ao Espírito Santo' (Atos 7:51); pode ser entristecido: 'Não entristeçais o Espírito Santo de Deus (Efésios 4:30); pode ser apagado: 'Não extinguais o Espírito Santo' (I Tessalonicenses 5:19).

Todos estes textos revelam que o Espírito Santo possui intelecto, sensibilidade e vontade. Uma coisa ou influência impessoal não tem condições de pensar, de querer ou de agir. Acrescente-se a isto que, quando Jesus falou do Espírito Santo, usou de um pronome que é empregado para designar pessoas. Isto contrariou até as normais gramaticais, que exigem o uso do pronome neutro, atendendo a que, no original, a palavra 'espírito' (pnêuma) é do gênero neutro. (Veja-se João 14:16, 17 e 26).


A divindade do Espírito Santo - A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo é uma pessoa divina, mencionando seus atributos de divindade e identificando-o com Deus. As mesmas Escrituras que dão ênfase à personalidade do Espírito Santo são fontes de ensino sobre a sua divindade.

O Espírito Santo é eterno: "...Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo (Hebreus 9:14)'; é onisciênte: 'O Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus... As coisas de Deus ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus (I Coríntios 2:10-11); é regenerador: 'Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (João 3:5)'; é criador: 'O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas (Gênesis 1:2)'.

Em alguns textos o Espírito Santo é citado em perfeita identificação com Deus. No caso de Ananias e Safira, relatado em Atos 5, o Apóstolo Pedro disse: 'Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? (v.3)'. Em seguida diz: 'Não mentiste aos homens, mas a Deus (v.4)'. Em I Coríntios 3:16 o Apóstolo Paulo deixou bem clara esta verdade quando perguntou: 'Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?' A fim de que não pairasse dúvida quanto ao que pretendia ensinar com referência à habitação de Deus no cristão, declara em I Coríntios 6:19 o seguinte: 'Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que habita em vós?' A mesma identificação também aparece em I Coríntios 12:4-6, onde se lê: 'Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos'. O Espírito Santo tem os mesmos atributos de Deus: 'Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas vossas orações por mim a Deus (Romanos 15:30)'. Veja também Efésios 4:30 e Hebreus 9:14).

Além do exercício de prerrogativas divinas, os nomes dados ao Espírito Santo constituem mais uma afirmação de sua divindade, tais como 'Espírito de Deus (Gênesis 1:2; Mateus 3:16; I Coríntios 3:16; I Coríntios 7:40; I João 4:2)'; 'Espírito do Senhor (Lucas 4:18)'; 'Espírito do Senhor Deus (Isaias 61:1)'; 'Espírito de Cristo (Romanos 8:9; I Pedro 1:11)'.


O Espírito Santo como integrante da Triunidade Divina - Já examinamos escrituras que atribuem ao Espírito Santo a mesma dignidade do Pai e do Filho, e que identificam o Espírito Santo com Deus. Vimos que o Espírito Santo é uma personalidade distinta, e que é Deus. A doutrina da Triunidade é a conclusão natural a que chega o estudante da Bíblia. Embora não saibamos explicá-la satisfatoriamente, o certo é que a Bíblia ensina a unidade de Deus, e ensina também que na Divindade há uma distinção de pessoas. São três pessoas formando uma unidade. É a isto que os teólogos chamam de Triunidade, isto é, ao modo triúno destas pessoas existirem. A Triunidade é a maneira tríplice de Deus se revelar. A unidade na Triundade não é numérica, mas ética. É a harmonia ou unidade de propósitos com que atuam as três pessoas divinas. Não são três aritmeticamente em uma, mas são três em perfeita união e ética.

Na revelação cristã não encontramos uma interpretação formal da Triunidade. Ela é apresentada como um fato da experiência. No batismo de Jesus, o Espírito Santo se manifestou visivelmente; Deus, o Pai, falou, dizendo: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mateus 3:17)'. Na grande comissão Jesus fez referência às três pessoas da Triunidade, ao dizer: 'Fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mateus 28:19)'.

Costuma-se chamar o Espírito Santo de terceira pessoa da Triunidade, mas isto não implica em qualquer inferioridade. Há diversidade de ofício, mas não há uma hierarquia na Triunidade divina. Deve-se a isto ao fato das Escrituras se referirem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo nesta ordem. Assim aparece no ensino de Jesus sobre o batismo, como vimos em Mateus 28:19. Não se deve extrair disto a perigosa interpretação de três dispensações. Os que assim pensam costumam dividir a história da revelação em três períodos, dando preeminência a uma das pessoas da Triunidade em cada um deles. A verdade bíblica demonstra a cooperação de todas as pessoas da Triunidade santa em todos os períodos da revelação. É anti-bíblico pretender arbitrariamente limitar a operação do Pai, do Filho e do Espírito Santo a uma 'dispensação' que a Bíblia ignora. As três pessoas da Triunidade sempre agiram na natureza e na graça, na salvação e no ensino, na correção e na santidade, no individuo e na coletividade, evangélica e cosmicamente, na consciência das pessoas e no registro dos fatos da revelação. 'Na plenitude dos tempos' o Pai enviou o Filho à terra. Mais tarde, o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo (Gálatas 4:6). A missão especial do Espírito Santo relacionava-se à obra do Filho, que ele continuaria e expandiria no mundo. Mas a Bíblia realça a verdade das atividades divinas que se praticaram muito antes de Deus dizer aos homens o que fazia neles e por eles. Creram em Deus, e o Filho e o Espírito, conquanto desconhecidos, dispensaram ao crente sua graça em todos os períodos da história. É o que revela o capítulo 11 da Carta aos Hebreus. São de A. B. Langston estas considerações: 'Deus tem sempre existido em três pessoas. A Bíblia não afirma que a Trindade consta de três manifestações, isto é, manifestações em épocas diferentes, da mesma pessoa, porque a Trindade não é devida à sua manifestação tríplice, e sim ao tríplice modo de existência. As três manifestações (no Pai, no Filho e no Espírito Santo) baseiam-se no modo da existência de Deus' (Esboço de Teologia Sistemática).


Concluímos que nada existe mais edificante para o cristão do que a certeza de que ele é a habitação de Deus - Não há motivos para pensar que Deus esteja

ausente de sua vida ou que seja para ele um ser objetivo. Uma pessoa divina - o Espírito Santo - vive agora em seu coração. Não é um visitante transitório. Aí está para

ficar para sempre. Este divino hóspede não se satisfaz em ocupar apenas uma dependência de sua nova casa. Espera que lhe sejam entregues as chaves para poder

transformá-la num verdadeiro santuário. E o cristão em santa reverência, poderá adorar a Deus, em culto permanente no altar erguido em sua própria alma redimida e santificada.


Que Deus continue nos ajudando e abençoando! Que a Graça, a Paz e a Misericórdia do Senhor e Salvador Jesus Cristo; que o Grande, Eterno, Infinito e Sublime Amor de Deus; e que as Consolações, o Conforto, o Consolo e o Poder do Espírito Santo, sejam com todos, hoje, sempre e eternamente! Amém!

Pastor Elcy França
pastorelcyfranca@hotmail.com

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